sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Um belo hino brasileiro...

A música de hoje  foi composta por Aldir Blanc e João Bosco e lançada no LP "Linha de Passe", em 1979.

Uma das histórias que se contam sobre essa música é que João Bosco, sensibilizado com o falecimento de Charlie Chaplin, havia composto uma linda melodia em sua homenagem. Ao mostrar para Aldir, este teria composto a letra com emoção...

A música então haveria de se tornar um hino contra a ditadura...

Com vocês, "O Bêbado e a Equilibrista"...


quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Duas estrelas...

Os vídeos de hoje fazem parte de um daqueles encontros estelares e imprevisíveis, gravados no Festival de Jazz de Montreoux, em 1979.

Elis gravaria seu show para lançá-lo depois em LP, para dar um impulso em sua carreira internacional.

O cenário era... 

"A lotação do velho Cassino de Montreux estava esgotada há dias e Hermeto Pascoal, vindo de gravações com Miles Davis, e idolatrado nos meios jazzísticos, faria a primeira parte da 'Noite Brasileira'. Foi aplaudido durante 15 minutos com o público gritando e pedindo por mais." Nelson Motta

Na sequência veremos "Corcovado", "Garota de Ipanema" (que Elis odiava e jurava que não iria cantar jamais...rs) e "Asa Branca". 

Quase um duelo simplesmente arrasador e memorável...






quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Digam o gosto pra mim...

Hoje me dei a liberdade de escolher dois vídeos igualmente lindos: "Como nossos pais" e "Aos nossos filhos".

O primeiro é com uma música que virou um clássico, criada por Blechior e lançada por Elis no LP "Falso Brilhante", de 1976.

"Como nossos pais"...


O segundo, como que em resposta ao primeiro, foi cantado por Elis num programa da TV Globo, em 1980. A composição é de Ivan Lins e Vitor Martins.

"Aos nossos filhos"...



terça-feira, 28 de agosto de 2012

"ARRASTA essa gente aí, Pimentinha." (Vinícius de Moraes)

Então...

Elis nasceu em Porto Alegre (1945) e começou a cantar bem pequena. Como todo talento inquestionável, sua cidade ficou pequena pra ela e logo veio brilhar pra bandas de cá, graças a Deus.

Aos 16 anos grava seu primeiro disco (Viva a Brotolândia), mas foi com a vitória do  I Festival Nacional da Musica Popular Brasileira que ganhou reconhecimento nacional. 

A música, feita em dez minutos por Vinícius e Edu Lobo, ficou eternamente conhecida devido a essa interpretação definitiva de Elis.

Com a força de seu gestual, Elis transpira força e beleza, como se a qualquer momento a gente pudesse ver de fato o tal arrastão sair cheio de dentro do mar. E isso com apenas 20 anos...

Muito bonito de ver...






segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Missão 1: Elis Regina

Domingo vamos à exposição Viva Elis, no CCBB e minha missão é trazer um pouco mais pra perto de Daiana a linda obra dessa cantora incrível.

Como?

Prometi enviar um vídeo por dia até o domingo chegar...

Depois de muito pensar, decidi não seguir uma linha cronológica...

Vou começar com o vídeo mais antológico dela: sua versão emocionada de Atrás da Porta, de Chico Buarque e Francis Hime, feito em 1980, dois anos antes de sua morte.

Sobre a gravação dessa música para o LP, anos antes, Nelson Motta conta:

"César dispensou os músicos, pediu para todo mundo sair, para colocarem o piano no meio do estúdio, baixarem as luzes e deixarem só ele e Elis, para a gravação do piano e da voz-guia de “Atrás da porta”. Extravasando seus sentimentos, misturando as dores da separação com as esperanças de um novo amor, Elis cantou, mesmo sem a segunda parte da letra, com extraordinária emoção, com a voz tremendo e intensa musicalidade. Na técnica, quando ela terminou, estavam todos mudos. Elis chorava abraçada por César. Juntos, César e Menescal foram levar a fita para Chico, que ouviu, chorou, e terminou a letra ali mesmo, no ato."

Só pra gente entender, a coisa mais difícil para um cantor é cantar emocionado. O choro altera o timbre e dificulta o controle da emissão da voz. É um inferno.

Mas nem isso foi um problema pra ela...

Com vocês, Elis Regina em Atrás da Porta...


Ela quem?

Todo mundo que me conhece sabe o quanto eu gosto de conhecer pessoas e o quanto elas me alcançam, transformam e inspiram. Pois bem...

Há um tempinho atrás, eu conheci uma moça muito peculiar. Carioca da Tijuca, 23 anos, professora de história. Tudo estaria bem, se ela não tivesse nascido no século errado. Com sua essência pertencendo a uma Paris dos anos 20, é de se esperar que viver nos trópicos em pleno século 21 seja uma tarefa árdua pra ela.

Me simpatizei na primeira hora de conversa, onde ela se desculpava por ter uma vassoura na sala.
Me apaixonei no momento em que ela displicentemente disse: "Eu me sinto desconfortável com a língua portuguesa."

Como eu haveria de gostar tanto e tão rápido de alguém tão diferente de mim?

Ela que é minha antítese.

Devido a suas extremidades sempre frias, só usa meias 3/4.
Eu não as usei nem com frio negativo.

Fala inglês, francês, alemão.
Eu mal o português.

Pede desculpas a cada cinco minutos, independente do motivo.
Eu nem quando preciso.

É tão educada que irrita, nunca fala palavrão, está sempre linda e maquiada.
Bom, eu... enfim... pareço sempre que acabei de fazer uma faxina na casa de alguém...rs

Daiana entrou no meu mundo como a lagarta listrada de Manoel Bandeira e eu me dispus a olhar... olhar... olhar...

E estaria olhando até agora se ela não cometesse o deslize de simplesmente não conhecer nada sobre a música brasileira.

Da mesma forma que eu não ouço música internacional por causa da barreira da língua, Daiana não conhece nada sobre MPB por não sentir-se confortável com o português.

Sendo assim, este blog foi criado pra ela, na esperança de que ela goste das coisas que eu tenho pra mostrar.

E de quebra, para todos os meus outros amigos, que tanto me inspiram a não parar de olhar...